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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eufemismo: boa educação ou hipocrisia?

Eufemismo é uma figura de estilo que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão (http://pt.wikipedia.org/wiki/Eufemismo).

Mas o que dizer dos telejornais que empregam termos "bonitinhos" como desvio de verbas quando o verdadeiro nome pra isso não é nada além de roubo?

É importante saber identificar quando esse tipo de coisa passa da boa educação para a hipocrisia. Termos como afro-decendente, desprovido de beleza, cabelos mal-tratados, usurpador do bem alheio e alguns outros são constantemente usados para diminuir o impacto que causa palavras como negro, feio, cabelo ruim e ladrão.

Não que isso seja uma coisa ruim em todos os casos. Mas, como no exemplo já citado, quando essa figura de estilo é utilizada para minimizar a culpa de certos atos isso passa a ser um instrumento alienativo por parte da mídia e das pessoas também.

Esse recurso é largamente utilizado quando alguma pessoa importante morre e por isso se torna um deus ou algo a ser idolatrado por qualquer besteira que tenha feito. Quando um artista morre, seja ator, cantor etc., ele se torna o melhor naquilo que fazia independente da real qualidade do seu trabalho.

Mas um caso curioso deve ser citado: morreu na semana passada, no dia 20 de novembro às 23h50, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e algo muito diferente aconteceu. Quando a emissora global passou a notícia eles não fizeram questão de santificar o dito cujo, pelo contrário; mostrou todas as suas peripércias quando em vida sem meias palavras, inclusive o fato de só ter ido ao velório Rony Golabeck, viúva de Pitta, e a mãe dele foi claramente mostrado(matéria completa em http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1387746-10406,00-MORRE+O+EXPREFEITO+DE+SAO+PAULO+CELSO+PITTA.html).

Sendo esse um caso à parte, na maioria das vezes é empregado o uso dessas expressões para, como já foi dito, santificar algum defunto, na maioria das vezes, não podendo esquecer-se, apesar de tudo, a real influência, boa ou má, do indivíduo.

Devo citar também aqui o caso de Michael Jackson. Ele estava esquecido pela mídia e completamente marginalizado por parte da sociedade pelas acusações de pedofilia. Quando morreu todos pareceram ter esquecido das acusações e cada um prestou sua singela homenagem ao rei do pop. Expressões como irreconhecível e tratar as crianças de uma maneira estranha foram usadas para substituir outras como horrível e pedofilia.

Abro um parêntese para mostrar que eu particularmente não tenho nenhum ponto de vista específico sobre os casos de pedofilia envolvendo o astro (só acho que ele era inocente por ter síndrome de Peter Pan) e não o abominava nem era fã, era apenas mais um cantor pop neutro pra mim.

Deve-se ter muito cuidado e saber diferenciar quando o eufemismo passa a ser algo negativo e prejudicial quanto ao conhecimento da veracidade dos fatos por parte do público em geral.

domingo, 29 de novembro de 2009

O racismo infantil

Estudos comprovam que o ser humano já nasce tendencioso à prática do racismo. Como explicar o porquê desse sentimento de superioridade por parte dos brancos e dos mais favorecidos economicamente?

O racismo, de acordo com o texto constitucional (art. 5º caput inciso XLII), constitui crime inafiançável e imprescritível. O que dizer então das brincadeiras teoricamente infantis e ingênuas das crianças brancas que chamam as crianças negras de "neguinho"?

O racismo nas escolas, nos bairros, nas ruas, entre as crianças é uma prática comum. É dessa brincadeira inocente que nasce o racismo real, aquele que constitui um crime, e cria grandes divisórias raciais.

São dessas que nascem os ku klux klan's e os nazismos da vida. Grupos como alguns skinheads (não todos, pois existem grupos de skinheads que simplesmente ouvem certo tipo de música. Alguns dos atuais integrantes desse grupo na verdade nem sabem o que significa ser um skinhead) e outros que pregam a prática da violência contra grupos de negros e de outros menos favorecidos (no Brasil por exemplo, o grupo dos nordestinos se enquadra nesses) nascem de conceitos formados por essas ideologias, que não têm outra origem senão nessas brincadeiras.

A exclusão das crianças negras nas escolas, principalmente nas escolas particulares, é uma triste realidade. Pais racistas ensinam aos filhos que não se deve andar com os coleguinhas negros porque são sujos e porque são pessoas de má índole. Muitas vezes a criança nem tem o instinto racista, mas acaba criando devido à influência de amigos e dos pais.

Para se entender melhor o assunto deve-se abrir um parêntese para o contexto histórico racial. Todos estão cansados de saber que desde a idade média os negros são discriminados e usados como escravos. Mas deve-se entender também que esse é um costume que começou com a colonização da África, porque as sociedades antigas, como a grega e a persa, apenas usavam prisioneiros de guerra como escravos.

Então por que um costume constituido apenas por uma infelicidade dos negros por terem sido colonizados pelos europeus deve ser mantida até hoje, principalmente num país que não possui uma raça originária? Se fossemos obrigados a dizer uma, seria essa a raça dos índios. Nessa linha de raciocínio o certo seria termos preconceito para com os brancos, negros, amarelos e toda e qualquer outra raça que não fosse a raça dos índios. E para ter fundamento essa ideologia, teríamos todos que falar tupi, guarani e as outras línguas originais do Brasil.

Por isso então a prática racista é um ato que se anula por não existir nenhuma raça ariana no Brasil e deve ser abolida entre as crianças principalmente de 8 a 12 anos que são as que estão formando conceitos fundamentais que estarão presentes por boa parte de sua vida ou até por ela toda.