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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Panem et circenses pro lemma

É incrível como em ano de copa o povo simplesmente se esquece que não se trata só do evento esportivo, mas coincide com o ano das eleições para presidente do país e para o governador de cada estado, o que influenciará diretamente no fluxo da vida de cada um.

O que acontece é que ninguém consegue ver que a política do pão e circo instaurada no Brasil e no mundo não só limita o pensamento crítico sobre o que está acontecendo, como também é um meio de enriquecer cada vez mais aqueles que já estão no poder. A Globo ganha mais dinheiro e Joseph Blatter fica mais rico, mas ninguém quer saber disso, afinal, não são eles que pagam nossos salários, mas aumentam seu padrão de vida na base daqueles que conseguem pagar um preço absurdo para acompanhar um evento que não leva a nada.

Também não se pode culpar o povo por sua incapacidade de dicernimento entre aquilo que é imposto e o que é de sua vontade gostar e sentir prazer. Desde pequenos sentimo-nos forçados a gostar de futebol, cerveja, música medíocre etc. e o que acontece quando uma pessoa sai dessa linha de pensamento de "trabalhar oito horas por dia, ganhar um salário mínimo, assistir o jogo de futebol no fim de semana, beber cerveja e ser feliz por isso" ela é quase automaticamente excluída e passa a sofrer vários tipos de preconceito.

Um parêntese pode ser aberto aqui sobre religião, ou o cristianismo em si. Quando mais novos, já no pré-escolar, ou qualquer que seja algum novo nome que tenham criado, aprendemos a rezar, a adorar a Deus sobre todas as coisas e seguir sua doutrina, e, se questionarmos, somos imediatamente repreendidos, sem o direito de perguntar "por quê?". Por quê? Por que é inquestionável a existência divina? Por que temos que engolir Deus, Jesus, futebol, bebida e inferioridade sem questionar? Esse é um dos fatores mais influentes no ciclo vicioso de morrer e viver sem deixar nenhuma herança intelectual, tanto para os decendentes de sangue quanto para os desconhecidos que poderiam mudar esse curso que pode ser caracterizado com apenas um adjetivo: ridículo.

"Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer"

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